quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dois filmes - árvores e cegueiras


A Árvore da vida e o Ensaio sobre a cegueira. Dois filmes muito esperados, finalmente vistos.


Falando do primeiro: demasiado lírico, poético... parado, porque não admitir!


O que lhe quiserem chamar, é escolher!


Ante-estreia cheia de famosos. Cinemateca com a esplanada mesmo a saber bem, cerveja fresca, uma bela tosta e a ânsia pelo filme.

Brad Pitt e Sean Penn, só eles seriam motivo bastante para ali estar.
Mas desenganem-se os que acham que os dois excelentes actores chegam para nos manter acordados, animados...



Findo o filme - numa sala excelente e a um preço fantástico de €2,5 - não houve posição unânime sobre o tema.


De que trata? Famílias, Deus, perda, morte? Tem momentos muito bonitos, imagens que fazem quase suspirar, mas usa e abusa do abstracto, deixando a cada um de nós demasiadas dúvidas, demasiado para divagar... talvez seja esse o objectivo.


Cada um de nós lida de forma diferente com a família e a perda. Cada um encontra as suas soluções. Talvez. Fica a divagação, ficam as imagens bonitas e o não saber, ainda, se se gostou ou não.

Ensaio sobre a cegueira.


Começando de pé atrás: livro demasiado apreciado, seria o filme minimamente justo?


Sabendo que o José Saramago chorou no fim, seria, à partida, um bom prognóstico.


Não desiludiu.


O livro foi lido há mais de 10 anos e a cada novo desenrolar as imagens do livro apareciam.


Os actores sem nada a apontar, a violência lá, explícita, mas claramente inferior à criada pela imaginação (com direito, na altura, a pesadelos!).


Mas quando o filme acaba, quando todo o caos amaina, assentimos naquilo: que não vemos as coisas, que nunca abrimos bem os olhos.


E como por lá se diz:
"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem."






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