quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Times they are a changing....

Já dizia o Bob Dylan: os tempos mudam... mesmo em Lisboa.
A rapariga, que todos os dias se senta no chão frio, com os pés destapados, e pede umas moedinhas, passa as horas vagas a brincar com o telemóvel...
Os dois homens que saem do hospital, de braço dado, muito juntos, sem se saber qual apoia qual....
O senhor, que todos dias sai da loja de sapatos lá do bairro para dizer me bom dia e, hoje, me tocou no braço e quis falar mais que um bom dia, para saber como estava a menina...
Ficar aborrecida porque o senhor da papelaria me trata por tu....
E ficar ainda mais aborrecida porque uma rapariga de 18 anos me trata por você....
Ir ao cinema e achar estranho que as cadeiras tenham todas a mesma altura e que tenhamos que ficar deitados para ver o filme....
Já haver iluminações e enfeites de Natal há mais de quinze dias...
Sair da porta de casa,, logo de manhã, e dizer bom dia a mais de cinco pessoas...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O antigamente...


Regressada da maravilhosa e complexa cidade de Amesterdão, dou por mim a achar Lisboa mais feia.

Eu que sou uma lisboeta convicta, que falo à tia (segundo me dizem), que digo imperial, bica e joâlho (por oposição a joelho!), sinto-me esta semana um tudo ou nada menos lisboeta.

Ou são os transportes cheios de gente mal humorada, ou são os prédios abandonados, ou as ruas sujas com pessoas que dormem nos bancos de jardim... não sei.

Ontem, ansiosa por chegar a casa, na paragem do autocarro 30, assisti ao piorzinho que se pode dizer da natureza lisboeta (ou portuguesa).

O autocarro não chegava e quando chegou, apenas por inquisição (palavra branda) dos futuros passageiros, se soube que partiria apenas passado 20 minutos.

30 minutos depois da hora marcada e sem pressa de se despachar.

Ora, se é mau que todos tivessemos que nos submeter ao atraso, na ânsia de chegar a casa, para mim, muito pior foram as palavras com que a passageira, mais lisboeta e arrebitada que lá ia, nos brindou...

Este país é uma desgraça.

Eu não votei nestes.

Decidiram por mim.

E, por fim, lá veio a minha preferida: antigamente é que era bom...

Ah pois é... no fim de um dia stressante q.b., em que não consigo chegar a casa, só faltou mesmo o saudosismo pelo antigamente.

E para que não houvesse dúvidas, a sra. a crescentou: naquele tempo havia quem mandasse!


Em Amesterdão também haverá disto, é certo. Eu provavelmente é que não percebo, felizmente!