segunda-feira, 23 de março de 2009

Gran Torino


Mais um domingo de Março e a família toda decidiu ir ao cinema.
Todos juntos já somos muitos.
Ida ao UCI, porque não se paga parque aos Domingos e porque tenho desconto com o cartão.

O filme foi o Gran Torino de, e com, o Clint Eastwood.
Não desiludiu. Pelo menos a mim nunca desilude… é verdade.

Filme simples, sem margem para muita discussão. É como é. Por isso gostei tanto.
O tema principal é polémico, mas já muito comum.
E o Clint, regressado aos velhos tempos, de homem duro, sofrido e antipático. Rosna o filme todo, mas é capaz, nos momentos certos, das atitudes mais bonitas.
A mim fez-me pensar, principalmente, na velhice, na solidão. Mais que no racismo. Fez-me pensar que somos o que somos e que, dificilmente, mudamos.
A minha interpretação é que, no fundo a personagem, o Walt, não se suavizou, manteve-se igual a si mesmo. Sempre foi assim e a velhice acentua isso mesmo. No fim, foi fiel a si mesmo.
Volto a dizer, gostei mesmo muito.
Gostei de chorar em conjunto com a família. De sair e ter a discussão normal com todos eles. De ouvir cinco diferentes leituras.
Gostei, também, de chegar a casa e ter o James a dar ao rabo e encostar-se às minhas pernas, tipo gato, a pedir festas. E assim, sem mais, qualquer vestígio de melancolia deixado pelo filme se desvaneceu.
Não se desvaneceram as saudades das pessoas que a aquele filme me trouxe.
As saudades dos velhos rabugentos, conservadores, que também rosnavam com a vida.
Os velhos, que entre rosnadelas, eram capazes dos mais pequenos gestos que bastavam para animar o meu dia.

1 comentário:

  1. Em princípio, não vou ver, mas apenas porque o tempo não chega para tudo.
    O homem continua cheio de pinta e é uma pena se, como dizem, for este o seu último filme como actor.

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